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Em muitos aspectos, Rebel Moon 2 é melhor que o primeiro. O novo capítulo da saga dirigida por Zack Snyder entrega mais ritmo, cenas de ação mais bem coreografadas, evolução de personagens e um tom mais coeso. Ainda tem seus tropeços — especialmente no roteiro e no excesso de exposição — mas é inegável que há uma melhora sensível no equilíbrio entre forma e conteúdo.

Se no primeiro filme o espectador precisava se esforçar para se apegar à trama, na Parte 2 a narrativa flui melhor. O universo criado por Snyder começa a fazer sentido, os conflitos ganham camadas e os personagens finalmente se conectam com o público. E é disso que vamos falar agora, analisando cena por cena o que realmente evoluiu (ou não).

O que melhora logo de cara?

Diferente do primeiro filme, que começa com longas sequências explicativas, Rebel Moon Parte 2 já entra com ação e conflito real. Não há tanta enrolação para apresentar vilões e aliados. A história pega ritmo desde os primeiros minutos, o que já é um bom sinal para quem se sentiu cansado no início da Parte 1.

Outra melhora notável é a fotografia. O visual continua estilizado, com contrastes fortes e estética sombria, mas agora as batalhas são mais claras, mais bem enquadradas e com menos cortes confusos. Dá para sentir a tensão das lutas, entender o espaço e se envolver na coreografia.

O enredo finalmente se sustenta?

Em parte, sim. Ainda há momentos em que o roteiro parece tentar ser grandioso demais sem entregar profundidade. Mas no geral, a trama é mais coesa, com menos diálogos expositivos e mais cenas que mostram, em vez de apenas explicar.

A protagonista Kora ganha desenvolvimento real. Vemos suas motivações, dúvidas, e ela finalmente se distancia do clichê da heroína fria e misteriosa. Os secundários também têm mais tempo de tela útil — e não apenas figuram em lutas para preencher espaço.

Se você se perguntava se Rebel Moon 2 é melhor que o primeiro, esse ponto pesa muito a favor do novo capítulo.

A ação funciona melhor?

Sim, e é aí que o filme brilha. Snyder entrega o que prometeu: cenas de combate mais intensas, emocionantes e menos confusas. A luta no campo aberto, por exemplo, é um dos pontos altos do filme. A escala é épica, mas ainda assim há foco em duelos individuais que prendem a atenção.

A mistura de armas futuristas, espadas e táticas de guerra funciona muito bem aqui. Os efeitos especiais também melhoraram, com menos uso exagerado de câmera lenta gratuita e mais foco em fluidez.

Destaque para a batalha na cidade sitiada — é nela que a direção, trilha sonora e montagem se unem com força e transformam o momento em algo memorável.

E os personagens?

Alguns brilham, outros ainda estão presos em arquétipos vazios. Mas há progresso.

  • Kora finalmente mostra suas contradições e lidera com mais humanidade.
  • Tarak, o gladiador, tem uma das cenas mais emocionantes do filme.
  • Gunnar sai do papel de apenas coadjuvante apaixonado e ganha utilidade real na trama.
  • Já o vilão Atticus, apesar de visualmente imponente, ainda não convence como ameaça emocional. Falta motivação sólida — e isso pesa.

Ainda assim, Rebel Moon 2 é melhor que o primeiro no quesito desenvolvimento de personagens, ainda que não seja perfeito.

A trilha sonora ajuda?

Muito. Tom Holkenborg (Junkie XL) acerta em cheio ao criar uma trilha menos invasiva e mais atmosférica. A música acompanha os momentos com mais sutileza, reforçando emoção sem roubar a cena.

Diferente do primeiro filme, onde o som parecia competir com os diálogos, aqui ele se encaixa melhor — especialmente nas cenas de tensão silenciosa, como quando o grupo se prepara para a batalha final.

O final convence?

É um encerramento que abre espaço para novos capítulos, mas fecha bem a narrativa iniciada na Parte 1. Há sacrifícios, reviravoltas e uma sensação de que, finalmente, algo foi conquistado.

Não espere uma conclusão épica no estilo O Senhor dos Anéis. Mas, sim, é um final digno. Com pontos abertos, claro — Snyder já deixou claro que quer mais capítulos nessa saga. Mas pelo menos, dessa vez, sentimos que houve uma evolução e entrega.

Rebel Moon 2 é melhor que o primeiro? No saldo final: sim

A produção ainda sofre com algumas falas forçadas, atuações medianas e diálogos que tentam soar profundos, mas parecem rasos. Mas no conjunto da obra, Rebel Moon Parte 2 consegue redimir muitas das falhas do primeiro capítulo.

Quem gostou da estética e do universo, mas sentiu que o primeiro filme era lento ou mal amarrado, vai gostar muito mais da Parte 2. Quem torceu o nariz para o estilo Snyder talvez continue incomodado — afinal, o filme ainda é fiel ao estilo visual exagerado e dramático do diretor.

Mas se a pergunta é “Rebel Moon 2 é melhor que o primeiro?”, a resposta mais justa seria: sim, e por uma margem considerável.

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18 de maio de 2025